quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Another Earth


Quem nunca olhou para cima? E não se questionou sobre a sua existência? Se somos apenas nós, como que um privilégio e um castigo há solidão eterna... ou apenas "um desperdício de espaço"... e na possibilidade de existência de mais vidas, a remota probabilidade de existir alguém semelhante a ti? Como seria? O que dirias a ti próprio?...
Pois bem, tive que esperar 14 anos para que pudesse assistir outro grande filme que trata da possibilidade da vida lá fora: desde "Contact", de 1997, nada de muito interessante apareceu… Felizmente agora temos A Outra Terra, de 2011. 
No primeiro, Eleanor Arroway (Jodie Foster) era uma brilhante e incansável cientista que se dispunha a enfrentar tudo para avançar em suas pesquisas e provar que estava certa. No segundo, Rhoda Williams (Brit Marling), uma reles estudante, que talvez até viesse a se tornar ela também uma brilhante e incansável cientista, mas tendo sua vida interrompida por um terrível acidente, passa boa parte do filme tentando provar, especialmente para si mesma, que estava errada, isto é, continuava errada.
O problema é que este “si mesma” sai de cena e entra em cartaz um outro Eu. Sim, descobriram um outro planeta, idêntico a Terra, e todos ficam ainda mais estarrecidos quando descobrem que lá há um outro Eu de todos.
Com uma história bastante original, Mike Cahill mostra a concepção do mundo voltado a um surgimento de outro planeta como o nosso e desenvolve seus profundos personagens, interligados, nessa atmosfera planetária. Brit Marling (que está muito bem no papel), interpreta Rhoda Williams, jovem atormentada por um acto de seu passado que mudou para sempre a sua vida e de sua família. Com uma inteligência acima do comum é por ela que se passa toda a óptica do drama. O americano William Mapother, veterano de Hollywood, tem uma de suas melhores actuações na carreira, na pele do amargurado professor de música da Universidade de Yale, John Burroughs. A relação deles é intensa e um grande segredo fica em cheque com a eminência de uma oportunidade que pode remodelar acontecimentos do passado.
Os actores secundários poderiam ter ajudado a contar melhor essa história. Falta intensidade e mais interação com os principais. A óptica, quase que uniforme, sobre dos acontecimentos do passado atrapalham a concepção do público com a proposta inicial: O aparecimento de um outro planeta. Talvez, por isso, o argumento fique tão confuso em alguns momentos.
O final do filme é no mínimo curioso, deixando algumas sugestões para o espectador. Indicado por conta da originalidade, mas a fita em si é bem mediana.
Confesso que Inicialmente fiquei demasiado empolgado com o que poderia ser o filme, mas compreendo que não tenham podido explorar mais o tema, ou por questões de orçamento, até mesmo pela vastidão do que poderiam tratar... fico no entanto, na expectativa para que este seja um impulsionador para mais enredos aproveitando o tema principal...   


Talvez exista um mundo melhor,
Talvez exista uma outra Terra...
Um outro eu.
Talvez nada seja real,
Talvez tudo seja como as estrelas
Que longe de serem observadas,
Obedecem as civilizações.
Talvez o mundo se cale
Com as descobertas que virão,
Pois, as respostas para tudo
Podem estar num simples fio de cabelo.
Talvez tudo seja parte de um espelho
Que domina todos ângulos
E que se duplica a cada fase,
A cada civilização.
Talvez a eternidade tenha um fim
E um recomeço..
Talvez meu outro eu
Seja uma ilusão,
Uma sensação que fica e dói
Por não saber de onde vem
Talvez seja eu a ilusão
Que sente a dor
Num simples fio de cabelo.
Talvez tudo que eu faça
Não me leva a absolutamente nada.
Mas se o nada não existe...
Bom, talvez tenha surgido
Junto à eternidade
Talvez nem a eternidade seja real
Nem as linhas que aqui se encontram
Nem o nada,
Nem o talvez... talvez.



p.s. Carpe Diem

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