quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Dear Grandfather,

Querido Pai Natal, gostaria de pedir que entregasses esta carta ao meu Avô que partiu para o céu e não voltou mais. Dizem que ele é uma estrela a cintilar somente para mim e que é meu anjo da guarda e que zela por mim ao lado do Pai do Céu. 
É Pai Natal o que te peço pode ser impossível e difícil, mas dizem que és amigo do Menino Jesus e ele realiza alguns dos teus pedidos. Eu fui um menino bem comportado...
Eu tenho muitas saudades das nossas conversas, do estar com ele à beira da lareira, nos aquecendo e comer os nossos amendoins . Sinto saudades do seu abraço e do seu aconchego, do olhar meigo e paciente contando histórias, até minhas pálpebras não aguentarem abertas e adormecer.
Pegava em mim ao colo e levava para a cama, pacientemente, antes pedia que rezasse ao meu anjo da guarda pedindo por todos os que eu amava. O meu anjo esqueceu de mim e levou o meu avô para o céu e fiquei muito triste mesmo!!! 
Sabes Pai Natal, era o meu avô que ensinou a sonhar, ele ensinou que podemos realizar os nossos sonhos, dizia sempre com sua voz segura:
-Ora meu menino só quem sonha acredita, acredita num mundo fantástico onde existe a magia e o mistério do acontecer. 
Nunca mais esqueci sua frase até hoje, foi no seu ensinamento que eu achei que podia fazer isto enviar uma carta ao meu avô.
Aqui vai:



Querido Avô:


Meu querido avozinho queria matar a minha saudade de ti, dos teus belos contos de histórias sejam reais ou imaginários onde sempre aplicavas alguns ensinamentos de vida. Sei que foste um bom homem nesta vida aqui, como dizem os adultos, tu plantaste arvores e deixaste filhos, mas não escreveste um livro, mas um dia eu o farei ainda por ti. Pode ser? 
Eras um mestre, um dos melhores mestres, ensinaste-me a ser um bom filho no mundo, confesso que muitos dos teus ensinamentos passaram à geração futura das nossas crianças. 
Avozinho lembra das nossas tardes, de mexer na terra, ensinares a semear, adubar e ver reproduzir as plantinhas? Claro que tu te lembras, eu jamais consegui esquecer e muito menos um dia quando cheguei a chorar desvairadamente porque a minha planta preferida morreu. 
Sorrindo e com a tua calma explicaste que tudo nasce, cresce, reproduz e morre e que essa a certeza da vida. Pegaste na minha mão pequenina e fizeste-me apanhar um punhado de terra, ensinando o valor dela em tudo. 
Dizias da terra vens e a terra, tu vais, parar. Assustado eu não percebia e queria entender e coitado de mim quando tu morreste, eu já entendi... 
Lembro das nossas vindimas, onde tu me fazias rir com as tuas brincadeiras, com o teu cavaquinho tocando e dançando no lagar enquanto fazíamos vinho. 
Lembro-me do Natal, onde juntos fazias o presépio comigo, cada figurinha era eu que escolhia o lugar. Quando terminávamos era eu que acendia as luzes e era uma festa. 
Ainda recordo cada historia que me contava sobre, a época do Natal e sua magia, ensinaste com isso a ter esperança no dia a dia e nas pessoas. 
Lembro do jardim repleto de neve, de tu partires os cavacos para colocares a lareira. 
Ainda consigo ver teu rosto e tua mão pegando na minha e entrar na igreja para ouvir a missa de domingo, ficavas orgulhoso eu só querer ir contigo. Eu ficava parecido um pavão de tanta felicidade e quando paravas para dar um doce a minha escolha? 
Por muitos doces que eu possa comer nunca mais comi um com aquele sabor. 
Avozinho poderia ficar aqui a falar muitas mais coisas e que coisas nós vivemos os dois, nunca senti tanto amor como aquele que transmitias para mim e é esse amor que sinto saudade. Saudade porque um avô assim como tu seja único e talvez por isso eu ainda seja a criança que acredita na Magia do Natal e queria dar-te um abraço muito apertado e ficar em teu colo nem que seja um segundo apenas. 
Avozinho só queria dizer que eu amo-te e sinto falta de ti 
Beijinhos e escuta as minhas preces feitas a ti antes de dormir. 


p.s. trago-te sempre em meu coração... descansa em paz.

                                          



Carpe Diem

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